Palavras Limpas

Porque a poesia pertence aos que precisam dela

29 dezembro 2006

Carta para espantar a solidão

Meu Amor,

Gosto de dar presentes, por isso serão todas pra você as flores que plantei. Tenho um lugar pra morar que cabe outro coração, e quando vierem mais, eu estarei preparado. Sou romântico, gosto das coisas simples da natureza, por isso um piquinique no final de semana não seria nada mal. Quem sabe possamos viajar juntos para qualquer canto do mundo, e eu ficaria por conta das fotografias em preto e branco.
Esse meu jeito calado é para lhe observar, e assim eu descobrirei cada particularidade sua, desde suas manias, até o seu tempero favorito. Sei cozinhar.
Serei paciente quando seus hormônios exigirem, e tampouco arriscarei uma palavra que possa lhe desagradar. Eu aprendi a controlar o meu ciúme; e confesso que eu prefiro você de mini-saia.
Gosto de boa música e de um bom vinho. Aprecio restaurantes à meia luz e Chico Buarque
Prometo que aos 64 levarei café pra você.
Toco violão, e sou poeta.
Não sou fumante.

Enfim, só quero dizer que eu estou pronto para me casar, e até já comprei uma agenda para que eu nunca esquecer a data do seu aniversário.