Palavras Limpas

Porque a poesia pertence aos que precisam dela

15 julho 2006

(Sem título)

Óia Meu Bem
Eu queria te mandar notícias minhas
Fiz um verso e uma canção
Mas o pobrema
É que não dá pra pôr na televisão.

Essa gente orgulhosa
Que só pensa no dinheiro
Não sabe que esta distância me causa dor
Já se esqueceram o que é liberdade
Eles já não sabem o que é o amor.

E como eu não tenho telefone
E nem computador
A minha fé é pra mode essa gente mudar
Porque assim não há mais de ter
Gente muda e sofrida
Que nem eu

Mude mídia
Eu já cansei de ser mudo
A minha amada espera por notícias
Ela quer escutar a canção que eu fiz.

E só pra acabar comigo
O empresário me prometeu
Que meu sonho se realizaria
Só se eu mudasse minha cantoria;
Mas isso é um desaforo
Eu me recuso a fazer papel de bobo
E esquecer desse meu legítimo sertão
Não mudo de nome
Se nasci José
Não morro João.

Mas escuta, meu Coração
Que tão longe
Mora de mim:
Me perdoe pelo meu fracasso
Mas não fui eu que quis assim
Essa gente confundiu tudo
Eu só quero dizer que te amo
Mas eles me deixaram mudo

E agora, não mais procê,
Mas para a lua
Vou tocar sozinho
A canção que é só sua.
Queria poder ser mais ligeiro
Com o presente que fiz procê
Mas só que por enquanto não dá
Porque o verdadeiro sertão
Está muito longe
Dessa televisão...

Mora em outro lugar.




**Escrevi essas palavras em 07 de Maio de 2003, e encontrei perdida no meu armário. Na verdade escrevi com o intuito de colocar uma melodia, e espero que alguém o faça... com ou sem suin-

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

"Apenas num olhar..."

Que esse olhar seja aquele que estou pensando!
=)

11:29 AM  

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