Palavras Limpas

Porque a poesia pertence aos que precisam dela

13 julho 2006

Ao Vento

Sou apenas uma vela
Nesta triste caminhada
Que, cansada de sofrer,
Do barco se desgarra

Vou longe,
Além dos mares e das marés;
Vôo longe,
Até onde o vento soprar
Ou até onde o meu deus quiser

Não tenho mapa
Não tenho destino
Procuro apenas o que o mar
Levou de mim

A minha caminhada é só
Inútil enfim
Pois a cada encontro com o acaso
Me desfaço de pouco em pouco

Sei que daqui pra frente
Não existe nenhum porto
Onde eu possa finalmente
Me descansar

A minha viagem é um mosaico
De erros e incertezas
Que há muito estou
A colecionar

E, errando assim,
Nos ventos deste mar
Sou apenas uma vela (cansada)
Que,
Ao fim desta triste caminhada
É solidão

(ou quase nada).

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

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»

5:01 AM  

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